Em Manaus, o Rio Negro pode baixar dos 16 metros até o fim do ano, de acordo com o 47º boletim hidrológico da Bacia do Amazonas, divulgado na terça-feira (12) pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Este ano, o rio alcançou o nível de 12,11 metros, o mais baixo em mais de 120 anos de registros, alterando significativamente o cenário do Encontro das Águas e levando a prefeitura de Manaus a interditar a Praia da Ponta Negra.
Na orla, bancos de areia surgiram no meio do rio, obrigando as embarcações a se afastarem da área de atracação mais próxima à via pública. A baixa do rio também impactou o escoamento da produção do Polo Industrial de Manaus, forçando empresas a instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o transporte de insumos e o envio de produtos. No estado, o fenômeno já afetou mais de 800 mil pessoas.
Segundo um levantamento do G1, após um período de oscilação – conhecido como repiquete, quando o nível do rio sobe e desce como um efeito sanfona – o Rio Negro voltou a subir rapidamente, alcançando mais de 30 centímetros em uma semana.
No entanto, o SGB prevê que o nível do rio permanecerá abaixo da cota de segurança de 16 metros até a segunda quinzena de dezembro. A reabertura da Praia da Ponta Negra só será possível quando o nível do Rio Negro ultrapassar essa marca.
O boletim também apontou que o Rio Negro registrou quedas de nível em São Gabriel da Cachoeira e Tapuruquara, enquanto em Barcelos houve estabilidade e pequenas elevações. Em Manaus, o rio mostra uma recuperação gradual com elevações recentes, mas os níveis ainda estão bem abaixo do esperado para esta época do ano.