No mês de setembro, as contas públicas no Brasil fecharam em déficit, com resultado negativo em todas as esferas: Governo Central, administrações regionais e empresas estatais. O setor público consolidado – que inclui União, estados, municípios e estatais – registrou um déficit primário de R$ 7,34 bilhões. Embora significativo, o valor representa uma melhora em relação ao déficit de R$ 18,07 bilhões observado em setembro de 2023, impulsionado pela redução no déficit do Governo Central. No entanto, houve uma piora nas contas dos governos regionais.
Esses dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (11). O déficit primário indica o saldo negativo entre receitas e despesas do setor público, excluindo o pagamento de juros da dívida pública.
Acumulado e Comparativo
Até setembro deste ano, o setor público acumulou um déficit primário de R$ 93,56 bilhões. Em um período de 12 meses, o déficit acumulado chega a R$ 245,6 bilhões, ou 2,15% do PIB. No ano de 2023, o déficit primário totalizou R$ 249,1 bilhões, o que representava 2,29% do PIB.
Detalhamento por Esfera de Governo
Em setembro, o Governo Central – que abrange a Previdência Social, o Banco Central e o Tesouro Nacional – registrou um déficit primário de R$ 3,97 bilhões, uma melhora em comparação aos R$ 16,5 bilhões negativos de setembro de 2023. Essa redução é explicada pelo aumento de 8% nas receitas, superior ao crescimento de 1,4% nas despesas em relação ao mesmo mês do ano anterior.
Os governos estaduais e municipais também apresentaram déficits em setembro, de R$ 597 milhões e R$ 2,575 bilhões, respectivamente. No total, o déficit dos governos regionais (estaduais e municipais) alcançou R$ 3,17 bilhões, comparado ao déficit de R$ 1,065 bilhão em setembro de 2023. Empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluindo Petrobras e Eletrobras, também registraram um déficit primário de R$ 192 milhões, contra R$ 500 milhões no ano anterior.
Gastos com Juros e Resultados Nominais
Os gastos com juros em setembro de 2024 somaram R$ 46,43 bilhões, uma queda expressiva em relação aos R$ 81,71 bilhões registrados em setembro de 2023. Essa diminuição foi favorecida por operações de swap cambial do Banco Central, que tiveram um resultado positivo de R$ 20 bilhões em setembro deste ano, enquanto no ano passado registraram perdas de R$ 15,9 bilhões.
Com isso, o déficit nominal das contas públicas – que inclui o déficit primário e os gastos com juros – caiu pela metade em relação ao ano passado, fechando em R$ 53,77 bilhões em setembro de 2024, frente aos R$ 99,79 bilhões em setembro de 2023. Nos últimos 12 meses, o déficit nominal acumulado chega a R$ 1,065 trilhão, o equivalente a 9,34% do PIB.
Dívida Pública
A dívida líquida do setor público – diferença entre créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais – totalizou R$ 7,117 trilhões em setembro, correspondendo a 62,4% do PIB. Em agosto, esse percentual estava em 62%. Já a dívida bruta do governo geral alcançou R$ 8,928 trilhões, ou 78,3% do PIB, apresentando leve redução em relação ao mês anterior (78,5%).
Esses dados são observados de perto pelas agências de classificação de risco, que analisam o endividamento do país para auxiliar investidores na avaliação econômica do Brasil.
Com informações da Agência Brasil